Operadores argumentativos: o que são e como usar
- Ana Carolina
- 13 de jan. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de jan. de 2022

Sempre que vamos escrever um texto, usamos diversas estratégias para garantir que o sentido pretendido fique claro para o leitor. Nesse contexto, os operadores argumentativos fazem parte das estratégias que podemos utilizar e são fundamentais quando escrevemos um texto argumentativo, pois são elementos que ajudam a construir e a direcionar a argumentação de acordo com o sentido pretendido pelo autor. Além dos operadores argumentativos serem importantes para marcar e guiar a argumentação do texto, eles também são necessários para manter a coesão e a coerência na escrita e deixar o texto mais fluido e claro para o leitor, mas, para isso, é crucial que o autor escolha os elementos adequados para cada parte do texto.
A função dos operadores argumentativos:
Os operadores argumentativos abrigam diversas classes de palavras, podendo ser elementos únicos, como os denominados conectivos (conjunção, preposição e pronome), ou estruturas com mais de uma palavra (locuções). Escolher o elemento que melhor se encaixa no texto é fundamental para que a sua redação atinja a finalidade desejada. Por isso, fique atento às funções que os operadores argumentativos podem assumir em um texto. Veja abaixo uma lista com suas principais funções:
Somar argumentos para chegar a uma mesma conclusão: o operador argumentativo é usado para relacionar e direcionar os argumentos selecionados para uma mesma conclusão. Ex.: “e”, “também”, “ainda”, “não apenas... mas também”
Destacar um argumento em relação aos outros para uma mesma conclusão: o operador argumentativo é usado para destacar um argumento em relação aos outros ao trazer diversos argumentos que apontam para uma mesma finalidade. Ex.: “inclusive”, “até”, “mesmo”, “até mesmo”;
Apresentar argumentos que levam a conclusões opostas: o operador argumentativo é utilizado para criar alternativas de conclusões. Ex.: “ou” “ou então”, “quer (isso)... quer (aquilo)”.
Apresentar argumentos que levam a conclusões contrárias: o operador argumentativo é usado para contrapor argumentos para marcar a ideia de adversidade e de conclusões opostas. Ex: “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “embora”, “ainda que”, “entretanto”.
Comparar elementos para uma determinada conclusão: o operador argumentativo é usado para marcar a comparação entre ideias que visam uma mesma conclusão. Ex: “mais... que”, “tão... como”.
Iniciar justificativa ou explicação: o operador argumentativo é usado para introduzir uma explicação ou justificativa considerando alguma afirmação feita anteriormente. Ex: “pois”, “porque”, “já que”.
Apresentar conclusão de um argumento anterior: o operador argumentativo é usado para introduzir a conclusão de argumentos apresentados anteriormente. Ex: “portanto”, “logo”, “pois”.
Marcar pressupostos: o operador argumentativo é usado para indicar pressupostos de ideias previamente desenvolvidas. Ex: “já”, “ainda”, “agora”.
É importante lembrar que essas são as funções principais dos operadores argumentativos quando falamos sobre textos argumentativos, mas há outras funções que esses elementos podem exercer no texto de acordo com a finalidade pretendida pelo autor.
Tipos dos operadores argumentativos:
Outro ponto importante é que, embora os operadores argumentativos estejam agrupados juntos, eles podem fazer parte de diferentes classes de palavras, pois “operador argumentativo” não é uma classe gramatical, mas sim uma estratégia possível de ser utilizada na construção de textos argumentativos. Assim, cada elemento pode desempenhar uma função diferente em sua redação, o que significa que é necessário cautela para substituir um operador por outro, sempre pensando no que você quer transmitir em seu texto. Nesse contexto, veja uma lista de tipos de operadores argumentativos que podem vir a ser úteis para a sua redação:
Adição: “e”, “também”, “como também”, “ainda”, “não só… mas também”, “acrescenta-se”, “adicionalmente”, “ademais”, “outrossim”, “além disso”, "da mesma maneira”.
Comparação: “mais que”, “menos que”, “tão… como”, “tão… quanto”, “tanto… quanto”, “da mesma forma”, “da mesma maneira”, “tal como”, “tal qual”.
Conclusão: “portanto”, “logo”, “então”, “pois”, “diante do exposto”, “dessa forma”, “por conseguinte”, “assim”, “enfim”, “em resumo”, “em síntese”, “a seguir”, “por isso”, “devido a isso”, “por fim”.
Conclusões opostas: “ou”, “ou então”, “quer isso… quer aquilo”.
Explicação: “porque”, “já que”, “pois”, “isso é”, “assim como”, “no caso”, “prova disso”, “para isso”, “em consequência”, “isso acarreta”.
Oposição: “mas”, “porém”, “contudo”, “no entanto”, “todavia”, “embora”, “por outro lado'', “apesar de”, “em contrapartida”.
Introdução de pressupostos: “já”, “ainda”, “agora”.
Finalidade: “a fim de que”, “visando”, “para que”, “porque”.
Conformidade: “segundo”, “conforme”, “de acordo com”, “como salienta”, “como considera”, “consoante”.
Marcação temporal: “à medida que”, “a princípio”, “na mesma época”, “à época”, “anteriormente”, “posteriormente”.
Condição: “se”, “caso”, “desde que'', “contanto que”.
Recapitulando:
Vimos que os operadores argumentativos são muito importantes para textos que têm como base a argumentação, como a dissertação argumentativa, pois eles marcam e guiam a essa argumentação na escrita. Além disso, os operadores argumentativos, quando bem usados, conferem coesão e coerência para a redação, deixando a escrita mais fluida e a finalidade do autor mais clara para o leitor. Também não podemos esquecer que os operadores têm diferentes funções e podem ser separados em diferentes tipos, o que significa que, para substituir um por outro, você precisa escolher de acordo com a finalidade pretendida e o contexto no qual o elemento será inserido. Utilizando esses elementos de modo adequado, você irá enriquecer o seu texto e aprimorar a sua escrita.
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